terça-feira, dezembro 26, 2006

At Last the Secret is Out

At last the secret is out, as it always must come in the end,
The delicious story is ripe to tell to the intimate friend;
Over the tea-cups and in the square the tongue has its desire;
Still waters run deep, my dear, there's never smoke without
fire.

Behind the corpse in the reservoir, behind the ghost on the
links,
Behind the lady who dances and the man who madly drinks,
Under .the look of fatigue, the attack of migraine and the sigh
There is always another story, there is more than meets the
eye.

For the clear voice suddenly singing, high up in the convent
wall,
The scent of the elder bushes, the sporting prints in the hall,
The croquet matches in summer, the handshake, the cough,
the kiss,
There is always a wicked secret, a private reason for this.
W. H. Auden, 1936

and so it is...

Nunca penso no Natal como uma época religiosa mas sim como uma festa de família, daquelas noites de encaixar na moldura, com a lareira acesa e toda a gente à volta da mesma mesa. Daí a revolta que senti por ter tido que sair para trabalhar logo a seguir ao bacalhau (que para mim, que sou esquisita, é atum) e ter atrasado para depois da meia-noite a abertura dos presentes.

Hoje, no centro comercial, passei por duas das pessoas com quem falei nessas cerca de duas horas de trabalho na noite de Natal. Também estavam a trabalhar mas não tinham a sorte de ir para casa a correr logo a seguir à meia-noite, como eu. Reconheceram-me. Noutros dias, já tive emails e telefonemas de agradecimento depois do texto publicado ou "obrigados" sentidos ainda antes de o texto estar escrito, só pela conversa e pela intenção de mudar alguma coisa. Assim vale a pena. Mesmo que os fins-de-semana tenham desaparecido por completo da agenda e a cabeça se perca num mar de assuntos pendentes.

domingo, dezembro 17, 2006

Ena, um prémio


Time Person of the Year: You

Depois de Bono Vox, Bill Gates ou do Papa João Paulo II, agora fomos nós todos. E eu que nem sabia que estava nomeada...

(escrevo isto quando deveria estar (já ter estado) a escrever quatro textos para amanhã. Para a semana deixo de ser preguiçosa. A sério.)

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Espírito Natalício


Cartoon de Gary Markstein (Copley News Service), disponível em Cagle.com.

Eu que costumava ter tanto, só a praticamente uma semana da data me apercebo de que estamos a chegar ao Natal. Como o tempo escasseia até mesmo para respirar, nem a imagem mental de uma mesa cheia de sonhos e rabanadas me anima. O lado positivo de estar afundada em trabalho é ter nesse facto uma desculpa para não comprar prendas a ninguém.

Do Galeto

Fechou o restaurante que nunca fechava. O facto de um lugar mítico como este (a funcionar há cerca de quarenta anos) encerrar por questões de higiene deixa-me com dúvidas em relação a 99,9% dos sítios que frequentamos.

(oh bolas, que os gelados eram bons que se fartavam!)

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Estranho mas verdade

Portugal ganhou um prémio europeu com o projecto "Empresa na hora" na categoria de "redução da burocracia".


segunda-feira, dezembro 04, 2006

Hoje à noite, no Casino de Lisboa


Andava eu sem ter onde cair vivo
Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a pior

Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar

Andava eu sózinho a tremer de frio
Fui procurar calor e ternura nos braços de uma mulher
Mas esqueci-me de lhe dar também um pouco de atenção
E a minha solidão não me largou da mão nem um minuto sequer

Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar

Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar

Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar

(Jorge Palma, "Na Terra dos Sonhos", 1979)