O encontro da Arte com a Ciência
Fui, no passado dia 27, ao Teatro da Trindade, ver a peça 'Picasso e Einstein'. O que dizer sobre esta peça de Steve Martin, actor americano conhecido entre nós com filmes como 'O Pai da Noiva'? Para dizer mal só mesmo queixar-me do facto da peça ter estreado em Chicago em 1993 e só onze anos depois ter chegado a Portugal.À parte esse pequeno defeito, a que, infelizmente, nós portugueses começamos a habituar-nos, a peça é perfeita. Perfeita no tema, perfeita no guião, perfeita nas interpretações.
Começando pelo tema: a fusão entre a Arte e a Ciência, o modo como estas podem caminhar a par é tema sobejamente interessante e, apesar de ser tratado com uma certa leveza e muito humor, não deixa de ser um tema profundo e merecedor de discussão.
Picasso e Einstein, no ano de 1904, encontram-se no bar francês 'Au lapin agile' (um encontro que, muito provavelmente, nunca aconteceu). Einstein está a um ano de mudar o curso da Humanidade, com a publicação da Teoria da Relatividade. Picasso está a três anos de desenhar a sua consagração enquanto um dos pintores mais importantes do século XX, com o quadro 'Les démoiselles d'Avignon'. É um Mundo à beira da mudaça, sem se dar conta disso.
Picasso e Einstein travam o mais engraçado e, simultaneamente, mais interessante dos diálogos, tanto entre si como com outras personagens de menos relevância que surgem em cena.
Destaco o trabalho belíssimo de actores como Pedro Górgia, Sofia de Portugal, João Didelet (e Ricardo Carriço, o Elvis mais improvável e ainda assim, mais plausível, como um deus moderno a profetizar o futuro com lantejoulas). São prestações absolutamente notáveis, que colocam, para mim, estes actores, num patamar muito acima daquele que eu calculava para eles.
É fácil perceber que ADOREI a peça, que saí de lá com pena de ter sido uma hora e meia tão curta. Recomendo-a vivamente. Para aqueles que dizem que o teatro está caro, e com quem eu concordo absolutamente, não deixem de ver esta peça porque o preço é bastante acessível (paguei 8 euros por um bom lugar). Não percam esta oportunidade de ver bom teatro, com bons actores portugueses.
Ah! Li algures que a versão cinematográfica (e infelizmente, hollywoodesca) da peça está já na fase de pós-produção. Acho que não demorará onze anos a chegar até nós. Assim espero.
Texto também publicado no blog http://memorialstone.blogspot.com
2 Comentários:
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