terça-feira, julho 12, 2005

Crash (2005), Paul Haggis

Paul Haggis, o argumentista do excelente Million Dollar Baby, também argumentista de Flags of our Fathers, o próximo filme de Clint Eastwood, assina o argumento e a realização deste drama arrebatador, que desmonta as relações interraciais até ao mais ínfimo pormenor, revelando o melhor e o pior de cada um e as possíveis causas de alguns conflitos (nós até podemos saber quais são elas - barreiras linguísticas ou culturais, por exemplo - mas é sempre pior quando alguém, especialmente o talentoso Haggis, retrata essas barreiras à nossa frente, com imagens e sons, superando tudo o que possamos pensar).

As personagens de Crash são apresentadas de uma forma muito crua: não há o bom e o mau. Cada um contém em si mesmo o bem e o mal, todos tomam atitudes correctas e condenáveis. Não ficamos a detestar nenhuma personagem (ou pelo menos não mais do que qualquer outra). Brancos, negros, asiáticos, latinos, árabes... uma mistura explosiva de várias etnias, numa mesma cidade (Los Angeles). Acrescenta-se a esta diferença, já de si perigosa, as diferenças sociais (os brancos ricos, os negros dos bairros de lata...).

A construção narrativa desta filme não é, de modo algum, linear. Não havendo um fio comum a todas as personagens, a sequência desenrola-se com várias histórias de carácter elíptico que, de uma forma ou de outra, acabam por entrelaçar-se.


Sandra Bullock, um dos nomes mais apelativos do cartaz de Crash, tem um papel bastante secundário, embora tenha uma função definida. Dos restantes nomes sonantes, destaque para as interpretações de Don Cheadle, como o detective Graham Waters, e Matt Dillon, o sargento Ryan (uma das personagens mais tocantes, pelo seu antagonismo interior - o polícia injusto que é, ao mesmo tempo, o filho preocupado). Pelo meio do elenco encontramos ainda outras caras conhecidas como Tony Danza (que eu já não via há um milhão de anos) ou Daniel Dae Kim (o Jin da série Lost).

Um drama assumido, muitas vezes a pedir lágrimas, que também sabe arrancar sorrisos. Um filme inteligente e bem construído, para ver e rever.

Its the sense of touch. In any real city, you walk, you know? You brush past people, people bump into you. In LA, nobody touches you. We're always behind this metal and glass. I think we miss that touch so much, that we crash into each other, just so we can feel something.

8 Comentários:

Às terça-feira, julho 12, 2005 12:13:00 da tarde , Blogger Francisco Mendes disse...

Irei ver este filme um dia desta semana. Depois falarei dele, mas tenho ouvido muita coisa boa.

 
Às terça-feira, julho 12, 2005 12:19:00 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

As principais críticas que tenho lido dizem respeito a um certo exagero nas emoções. Não deixo de concordar mas continuo a achar que é um filme muito bom.
Fico à espera da tua opinião!

 
Às terça-feira, julho 12, 2005 4:37:00 da tarde , Blogger gonn1000 disse...

Tem boas personagens, mas peca por nem sempre conseguir desenvolvê-las. Mesmo assim é já um dos filmes essenciais do ano...4/5

 
Às quarta-feira, julho 13, 2005 6:09:00 da tarde , Blogger MPB disse...

Exagero nas emoções :D isso não existe :D

é um grande filme sem duvida... o que faz este filme ser excepcional é o exagero é de filmes maus que existem por esses cinemas fora ;) lol

Cumprimentos

 
Às quarta-feira, julho 13, 2005 7:04:00 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Tens razão... o que existe é um exagero na representação dessas emoções, isso sim. E, mesmo no caso deste filme, se bem que consiga admitir que esse exagero exista, não pense que lhe retire qualidade. :)

 
Às quarta-feira, julho 12, 2006 4:15:00 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Enjoyed a lot!
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Às quinta-feira, julho 13, 2006 5:30:00 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

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Às terça-feira, fevereiro 06, 2007 5:56:00 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Keep up the good work »

 

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