Port Moresby

É um facto pouco conhecido e pouco provável, mas é verdade. Em 1979, John Lennon e Yoko Ono, começaram a escrever um musical da Broadway. Queriam experimentar uma coisa diferente, uma história que levasse o público pela vida de ambos, a vida extraordinária e excêntrica, era uma história experimental e avant-garde para a época, mas também o eram os autores de 'The Ballad of John and Yoko' (título provisório). Na altura era uma história feliz porque não havia um feliz infeliz, não se conhecia o final trágico desta história.
Mas em 2005 este musical é revisitado, melhorado, desenvolvido e exibido. Foi na semana passada que estreou em São Francisco, "Lennon", o bio-musical que custou 7 milhões de dólares que se espera que esteja na Broadway em Julho.
É uma produção simples: nove actores (na imagem), um grande piano branco e 28 canções ("Give Peace a Chance," "Mother", "Beautiful Boy" entre outras) retiradas do pequeno livro de Lennon, para retratar a sua vida desde a nascença à sua morte. O mais peculiar e um pouco surpreendente é o facto de pouco se mencionar Paul, George e Ringo ao longo do musical, ao que Ono e Don Scardino (encenador e escritor) respondem que o musical é sobre John Lennon e não sobre os Beatles.
Já que a batalha judicial em relação aos verdadeiros compositores de certas canções continua e promete não ter descanso, as canções incluídas neste musical são única e exclusivamente da autoria de Lennon, até alguns inéditos que Yoko Ono forneceu à produção do espectáculo.
Até agora "Lennon" não tem recolhido concenso entre os críticos, alguns adoram outros odeiam, e segundo especialistas o consenso será praticamente impossível pois o espectáculo é muito controverso.
Mas também se a vida de Lennon não foi consensual, não vai sê-lo um musical que retrata essa mesma vida.