domingo, junho 26, 2005

"Esquece tudo o que te disse" (2002), António Ferreira



Habituei-me, de algum modo inconscientemente, a cometer o erro de não prestar atenção ao cinema português. Alguns maus filmes que vi convenceram-me de que o cinema português de qualidade tinha ficado preso na época do P&B.
Ultimamente, não sei explicar porquê, comecei a prestar-lhe mais atenção e rapidamente comecei aperceber-me de que estava errada em não fazê-lo.
São vários os filmes que me fizeram mudar de ideias (um dia destes falo mais neles). Um dos últimos é este, "Esquece tudo o que te disse", de António Ferreira.

O filme é protagonizado por Custódia Galego ("Adão e Eva" ou "A Costa dos Murmúrios") que interpreta Felizbela, António Capelo ("Tentação" e "Os mutantes", por exemplo"), que faz de Messias. A filha do casal, Joana, é interpretada por Cleia Almeida (a Sónia de "Noite Escura").
A fortuna desta família deve-se ao dinheiro de Felizbela (uma senhora muito irritante, sempre de cigarro na mão), apesar de Messias ser um dentista com bastante clientela. A vida do casal está longe de ser feliz. Para além do pai de Messias (e do bode de estimação deste) terem ido viver lá para casa, recebem também Bárbara, uma jovem prima problemática. Felizbela passa as noites a tentar completar puzzles e Messias sonha um dia ser ilusionista. O filme relata o drama desta família absolutamente disfuncional, com um casal a enfretar crises de meia-idade em simultâneo.

Do pouco que sei avaliar estas coisas, considero este filme um bom exemplo da evolução do cinema português. A realização é boa (sem ser extraordinária), os actores estão bem (sem estarem fantásticos). É um filme equilibrado e uma boa sugestão para quem quer descobrir como anda o cinema em Portugal.

Não posso deixar de referir o pormenor interessante do David Fonseca a fazer de conta que não sabe cantar a própria música (quando aparece como cliente do restaurante chinês, a fazer karaoke de uma música dos Silence 4).

5 Comentários:

Às domingo, junho 26, 2005 11:11:00 da tarde , Blogger O Puto disse...

Comprei a excelente banda sonora deste filme há uns tempos. O filme, infelizmente, perdi-o no cinema e este fds na TV.

 
Às domingo, junho 26, 2005 11:28:00 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Eu apanhei-o por acaso, mesmo no início. Quanto à banda sonora, tenho pena de não ter prestado muita atenção...

 
Às quarta-feira, junho 29, 2005 10:21:00 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

foste foi apanhada nas garras do chico frazao, isso sim! coitada d ti.. LOL na brinca. esse ainda n vi :S

 
Às segunda-feira, julho 25, 2005 7:02:00 da tarde , Blogger Juom disse...

Gostei do filme e especialmente dos delírios criativos do realizador (nem todos funcionam, é certo, mas a maior parte deles resulta muito bem), mas especialmente de Custódia Galego que está hilariante (não me lembro de me ter rido tanto num filme português como quando ela chuta a bola do miúdo sem razão aparente, no meio da rua). É desiquilibrado, mas muito interessante.

 
Às quarta-feira, janeiro 24, 2007 11:14:00 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

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