Port Moresby: "The Office"

domingo, março 27, 2005

"The Office"

Sim, já sei que faço muitos posts sobre séries. É verdade. É que adoro séries e sigo muitas delas com muita atenção. Será que isto tem um nome, como os fans de filmes se chamam cinéfilos? É capaz de ter.

Hoje resolvi falar de uma série que gerou tantas paixões quanto ódios: “The Office” (“A Empresa”, na tradução portuguesa).
Da primeira vez que vi a série não gostei e passei dias a falar mal dela. Só mais tarde, depois de ter o DVD e devorar todos os episódios de uma vez só, me apercebi que ver um episódio de “The Office” não é suficiente para perceber a realidade: “The Office” é uma das séries mais hilariantes dos últimos tempos. Compreendo aqueles que não concordarem com esta minha afirmação (já houve um tempo em que eu também a neguei). Mas sei o remédio para isso: vejam (ou revejam) todos os episódios. Depois disto, só podem concordar.
Para além de ser das mais hilariantes, “The Office” possui outro adjectivo que a distingue: é mais simples das comédias mais recentes. Simples nos textos, nas personagens, no cenário, na concepção e na ideia que está na sua base. Não quer contar a história de ninguém especial nem ajudar o espectador a fugir à sua vida aborrecida.
“The Office”, metade série e metade documentário (pelos movimentos de câmara e por cenas das personagens a falar para a câmara, como que a confessarem-se) mostra o quotidiano de uma empresa comum, uma empresa de papel, com pessoas comuns, daquelas que toda a gente conhece. As personagens são o estereótipo do “tipo da empresa”.
Muitos consideram “The Office” aborrecida. Acho que é por fugir ao cânone das comédias e não possuir as gargalhadas enlatadas que incomodam tanta gente (mas das quais eu me abstraio completamente).

Mas deixemo-nos de opiniões e vamos aos aspectos técnicos desta minha recomendação: “The Office” é uma série britânica criada por Stephen Merchant e Ricky Gervais (que também interpreta o insuportável patrão David Brent). A série conta também com interpretações de Mackenzie Crook (como o hilariante Gareth), Martin Freeman (como Tim), Lucy Davis (a recepcionista Dawn), Ralph Ineson (o asqueroso Finch) e Ewen Macintosh (como Keith Bishop), entre outros. (eles no cinema: Martin Freeman vai entrar no filme “The Hitchhickers’ Guide to the Galaxy” e entrou também no filme “Love Actually”. Mackenzie Crook entrou no filme “Pirates of the Caribbean”).
“The Office” é uma série pequena (não sei se vai ter continuação mas deveria): são apenas duas temporadas, cada uma com seis episódios, mais um “Christmas Special” dividido em duas partes.
A série foi, tal como “Coupling” (outra série a merecer destaque para breve em Port Moresby) comprada pelos norte-americanos e está agora a ser produzida uma versão “made in USA”.
Sinceramente, continuo a não perceber a obsessão dos americanos pelos seus produtos caseiros, mesmo quando copiados de outros sítios. Pela versão americana de “Coupling” ficou mais do que provado de que mais vale exibirem o original.
No entanto, pode ser que esta versão não seja assim tão má. Pelo menos tem uma mais-valia: o papel do patrão Brent vai ser interpretado por Steve Carell (do Daily Show). Menos mal.
Esta recomendação já está demasiado longa. Não faço metade dos elogios que a série merece. Para quem gosta de humor de qualidade, em detrimento do humor mais popular, do riso fácil e pouco inteligente, fica aqui esta nota. “The Office” a não perder.