sábado, agosto 13, 2005

Make love, not war



Actualmente, é considerado rarefeito um álbum capaz de absorver a mente e o coração do ouvinte, transportando-o para outro lugar... este é um deles. O disco de estreia de James Blunt, 'Back to Bedlam', é indúbitavelmente um dos melhores discos lançados este ano.
James não possui as vivências do mediano cantor/compositor. Estudou Engenharia Aeroespacial e Sociologia na Universidade, e esteve em missão de paz no Kosovo empunhando apenas uma arma e a sua guitarra. Retirou da sua experiência pessoal a inspiração necessária para criar este registo exímio, que é acompanhado por uma composição lírica espelhada ora através de uma dor visivelmente sentida, ora pautada por um rejúbilo profundo. Blunt foi fortemente influenciado por Jimmy Hendrix e The Doors, e foi já descrito como sendo um Beck inglês, ou Elliot Smith, até.
Como um pedaço de propaganda, 'Back to Bedlam' faz mais pelo Exército inglês do que qualquer anúncio televisivo poderia fazer. Trocando a arma pela guitarra, este álbum claramente ambiciona vencer a batalha que lhe valerá não só a aclamação do público, como o seu coração e mente.


Gravado em Los Angeles e produzido por
Tom Rothcock (Beck, Elliot Smith, Badly Drawn Boy), 'Back to Bedlam' convida o ouvinte rumo a uma panóplia de introspectivos temas que captam na perfeição a gentil fraqueza do ser humano e as suas mais cruas emoções, envoltos por uma tristeza agrídoce que parece assombrar o pensamento de quem neles mergulha.
As suas primeiras quatro faixas poderiam ser todas estrondoso êxitos, e há material suficiente na primeira metade para agradar ao público mais selectivo. 'You're Beautiful' é a história de um amor impossível, enquanto a arrepiante 'Goodbye My Lover' foca uma relação condenada. A esta fórmula adiciona-se o facto de que cada tema é, por si só, incrivelmente viciante.
A segunda metade do álbum está longe de desapontar e, apesar de não ser igualmente adictiva, não deixa de ser especial. Blunt possui um timbre de voz andrógeno e canta sobre o amor com convicção, elevando cada tema a uma qualidade sem precedentes. É este o caminho que 'Back to Bedlam' percorre, com pérolas como 'So Long Jimmy' e 'Billy'.
Os arranjos mantém um low profile, embora sempre eficientes, graças à colaboração de grandes produtores como Linda Perry (Pink, Christina Aguilera) e Guy Chambers (Robbie Williams, Melanie C), que provam a enorme profundidade deste moderno herói musical.

James Blunt concebeu grande parte destes temas ainda em serviço activo, tendo deixado o exército para se tornar músico a tempo inteiro. Chegou ao topo das tabelas de álbuns, provando que com o devido esforço e talento pode ainda triunfar-se no mundo da música. Este é um disco revigorante e um clássico quase imediato, ideal para aqueles que veêm a mainstream minada de lixo electrónico. Cada tema evoca uma emoção e um sentimento: seja a alegria, a dor ou a paixão. 'Back to Bedlam' é arte, não podendo simplesmente deixar de ser escutado e apreciado.

O melhor: 'Cry', 'No Bravery' e 'Wise Men'

O pior: O vazio que provoca quando termina.

1 Comentários:

Às sábado, agosto 13, 2005 1:45:00 da tarde , Blogger Hitler disse...

Wise Man é muito boa!
Estou viciada e a culpa é tua!!lol
Como dizes bem as 4 primeiras são absolutamente fenomenais, Goodbye My Lover é muito muito boa.
Bom post!

 

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